quinta-feira, 13 de novembro de 2014


A partir do artigo Tecnologias intelectuais e modos de conhecer: Nós somos o texto, do autor Pierre Lévy (2003), será abordado algumas ideias referentes aos seguintes temas:

Texto e Hipertexto: concepções e relações com o autor e o leitor
Quando o autor se refere a texto, relacionamos a ideia de uma escrita que segue as instruções do autor para o leitor, em que navegamos como leitores de um lado ao outro, fazendo conexão com o que está descrito e o que se faz entender pelo texto propriamente dito, amparados pelo sistema de referências e pontos, aos qual o autor, e o editor delimitaram na hora da sua escrita.
Lévy diz que: “Não é mais o sentido do texto que nos ocupa, mas a direção e a elaboração do nosso pensamento, a precisão de nossa imagem do mundo, o resultado de nossos projetos, o despertar dos nossos prazeres, o fio de nossos sonhos”. (2003, p. 1)
Em relação ao hipertexto o autor não tem esse controle, pois é uma hipermídia ou multimídia interativa, em que o leitor irá escolher seu caminho para leitura, selecionar e esquematizar este texto sem fronteiras, construir uma rede de remissões internas ao texto associando a outros dados e a outras leituras, integrando as palavras e as imagens para uma memória pessoal em reconstrução permanente, sendo assim os dispositivos hipertextuais constituem uma espécie de emenda, de exteriorização dos processos de leitura. (LÉVY, 2003)

Produção do saber: Linha de tempo e tempo de Cyberspace
Ao que se refere à história do saber Lévy (2003) esquematiza quatro momentos das suas interferências na produção do saber:
  • Primeiro momento: Antigamente, nas sociedades anteriores à escrita, o saber prático, mítico e ritual foi encarnado pela sociedade viva. Quando uma pessoa com idade avançada morria, o seu saber ia junto com ele, como se fosse uma biblioteca que morresse.
  • Segundo momento: Com o começo da escrita, o saber era carregado pelo livro, único, vagamente interpretável, transcendente, suposto que contém tudo: como a Bíblia, o Corão, os textos sagrados, os clássicos, Confúcio, Aristóteles.
  • Terceiro momento: Igual a uma prensa, o conhecimento é simplificado, dando ideia de uma enciclopédia. O saber não é mais carregado pelo livro, mas pela biblioteca. Ele é estruturado por uma rede de remissões, perseguida talvez, desde sempre, pelo hipertexto.
  • Quarto momento: A desterritorialização da biblioteca a que assistimos hoje é talvez senão o prefácio à aparição deste quarto momento, relacionado com o conhecimento, o Cyberspace.
O Cyberspace para Lévy é: “A reunião dos documentos digitalizados, programas inteligentes, de sistema à base de conhecimentos, de suportes de simulação e de multimídias interativas, virtualmente realizadas pela interconexão mundial das memórias informáticas.” (2003, p. 4)
Com o Cyberspace todas as formas de conhecimento estão mais próximas do sujeito, ao alcance de sua mão, a partir de um clique.  Desta forma é considerada como uma inteligência coletiva, igual ao funcionamento de um cérebro, ou seja, é uma expansão do cérebro humano. Em que o sujeito faz e escolhe as suas ligações e interações.

Referência:
LÉVY, Pierre. Tecnologias intelectuais e modos de conhecer: Nós somos o texto. Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/direitosglobais/paradigmas/pierrelevy/levy44.html
Acessado no dia 12/11/2014.

Como sugestão para leitura o artigo "AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DE TRABALHO E SUAS IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA", da autora Lindalva de Freitas Silva.

Um comentário:

  1. A produção de conhecimentos em rede está sujeita a bifurcação, ao imprevisto, as incertezas, às emergências...

    ResponderExcluir