A partir do artigo “Tecnologias
intelectuais e modos de conhecer: Nós somos o texto”, do autor Pierre Lévy (2003), será
abordado algumas ideias referentes aos seguintes temas:
Texto e Hipertexto: concepções e relações
com o autor e o leitor
Quando o autor se refere a
texto, relacionamos a ideia de uma escrita que segue as instruções do autor
para o leitor, em que navegamos como leitores de um lado ao outro, fazendo
conexão com o que está descrito e o que se faz entender pelo texto propriamente
dito, amparados pelo sistema de referências e pontos, aos qual o autor, e o
editor delimitaram na hora da sua escrita.
Lévy diz que: “Não é mais o
sentido do texto que nos ocupa, mas a direção e a elaboração do nosso
pensamento, a precisão de nossa imagem do mundo, o resultado de nossos
projetos, o despertar dos nossos prazeres, o fio de nossos sonhos”. (2003, p.
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Em relação ao hipertexto o
autor não tem esse controle, pois é uma hipermídia ou multimídia interativa, em
que o leitor irá escolher seu caminho para leitura, selecionar e esquematizar
este texto sem fronteiras, construir uma rede de remissões internas ao texto
associando a outros dados e a outras leituras, integrando as palavras e as
imagens para uma memória pessoal em reconstrução permanente, sendo assim os
dispositivos hipertextuais constituem uma espécie de emenda, de exteriorização
dos processos de leitura. (LÉVY, 2003)
Produção do saber: Linha de tempo e
tempo de Cyberspace
Ao
que se refere à história do saber Lévy (2003) esquematiza quatro momentos das
suas interferências na produção do saber:
- Primeiro momento: Antigamente, nas sociedades anteriores à escrita, o saber prático, mítico e ritual foi encarnado pela sociedade viva. Quando uma pessoa com idade avançada morria, o seu saber ia junto com ele, como se fosse uma biblioteca que morresse.
- Segundo momento: Com o começo da escrita, o saber era carregado pelo livro, único, vagamente interpretável, transcendente, suposto que contém tudo: como a Bíblia, o Corão, os textos sagrados, os clássicos, Confúcio, Aristóteles.
- Terceiro momento: Igual a uma prensa, o conhecimento é simplificado, dando ideia de uma enciclopédia. O saber não é mais carregado pelo livro, mas pela biblioteca. Ele é estruturado por uma rede de remissões, perseguida talvez, desde sempre, pelo hipertexto.
- Quarto momento: A desterritorialização da biblioteca a que assistimos hoje é talvez senão o prefácio à aparição deste quarto momento, relacionado com o conhecimento, o Cyberspace.
O Cyberspace para Lévy é: “A
reunião dos documentos digitalizados, programas inteligentes, de sistema à base
de conhecimentos, de suportes de simulação e de multimídias interativas,
virtualmente realizadas pela interconexão mundial das memórias informáticas.”
(2003, p. 4)
Com o Cyberspace todas as
formas de conhecimento estão mais próximas do sujeito, ao alcance de sua mão, a
partir de um clique. Desta forma é considerada
como uma inteligência coletiva, igual ao funcionamento de um cérebro, ou seja,
é uma expansão do cérebro humano. Em que o sujeito faz e escolhe as suas ligações
e interações.
Referência:
LÉVY, Pierre. Tecnologias intelectuais e modos de conhecer: Nós somos o texto. Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/direitosglobais/paradigmas/pierrelevy/levy44.html
Acessado no dia 12/11/2014.
Como sugestão para leitura o artigo "AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DE TRABALHO E SUAS IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA", da autora Lindalva de Freitas Silva.
A produção de conhecimentos em rede está sujeita a bifurcação, ao imprevisto, as incertezas, às emergências...
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